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O mundo anda meio egoísta, muito provavelmente por conta dessa avidez descontrolada por consumir, pela supervalorização das aparências, tornando-nos afoitos por conseguir ter mais dinheiro, ser mais belo, comprar mais produtos, conhecer gente mais popular. Muitos acabam, por isso, perdendo-se de si mesmos, de sua essência humana e gregária, que necessita da troca afetiva para sobreviver com mais tranquilidade e paz de espírito.
Infelizmente, quanto mais tentamos preencher nossas vidas com posses e bens materiais, mais vazios nos tornamos por dentro, uma vez que, assim, estamos negligenciando nosso sentir, nosso pulsar íntimo. Aquilo que verdadeiramente somos, por ser imaterial, não se contenta com o que fica lá fora, ou seja, nossos traços de humanidade independem de tudo aquilo que compramos.
Na verdade, o que importa é o amor que damos e recebemos dos pais, dos filhos, dos irmãos, do parceiro, dos amigos, enfim, das pessoas que nos dão as mãos com verdade e reciprocidade. Aquilo que fazemos é que alimentará as necessidades de nossa alma, tornando-nos alguém que se vale da ética e da partilha para dignificar a jornada de vida, de si e de quem faz parte desse caminhar.
Ninguém se lembrará das roupas que usávamos ou do carro que dirigíamos, mas todos carregarão dentro de si tudo o que fizemos em seu favor. É preciso, pois, criar lembranças especiais do que fomos junto a quem amamos, pois é isso que nos eternizará, é isso que nos manterá vivos dentro de cada coração que pudemos tocar com nossa bondade e compreensão. A vida carrega tudo para o esquecimento, menos aquilo que foi feito com amor.
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